Com músicas vibrantes, figurinos chamativos e uma narrativa envolvente, “Hairspray” (2007) é muito mais do que um musical divertido. Ambientado na Baltimore dos anos 1960, o filme aborda temas como racismo, gordofobia, padrões de beleza e diversidade na mídia — questões que, em 2025, continuam a gerar debate e mobilização.
O impacto da representatividade
A protagonista Tracy Turnblad é uma jovem talentosa que desafia os padrões impostos pela sociedade ao sonhar em dançar no “The Corny Collins Show”. Enfrentando preconceitos por sua aparencia, ela se torna uma voz pela inclusão e luta para que o programa de TV também represente dançarinos negros. Motormouth Maybelle, uma influente figura da musica reforça essa batalha ao desafiar a segregação racial imposta na epoca.
Mais de seis décadas depois, os desafios da representatividade ainda são evidentes. O debates sobre diversidade continua vivo na mídia, na moda e na publicidade, agora impulsionado levantam questionamentos sobre como os espaços midiáticos ainda refletem desigualdades e perpetuam padrões excludentes.
Do passado ao presente: inclusão e desafio
A Baltimore dos anos 60 retratada no filme pode parecer distante, mas seus contexto dialoga com a realidade atual. No Brasil e no mundo, a desigualdade racial persiste, assim como a necessidade de maior inclusão de pessoas gordas, LGBTQIAPN+ e outros grupos historicamente marginalizados no espaço de visibilidade e decisão.
O entretenimento tem um papel crucial nessa transformação. Além de questionar narrativas tradicionais, filmes, séries e campanhas publicitárias tem o poder de educar e sensibilizar o público, promovendo uma visão mais plural da sociedade.
O entretenimento como agente de mudança
A arte sempre teve impacto na forma como as pessoas enxergam o mundo, e “Hairspray” é um exemplo de como uma história leve pode carregar reflexões profundas. Ao apresentar personagens que desafiam normas sociais e lutam por inclusão, o filme inspira e incentiva a busca por mudanças concretas.
Para especialistas, a importância de narrativas inclusivas vai além da tela. Como destaca a pesquisadora e fundadora do Instituto Identidades do Brasil, Luana Génot:
“Representatividade não é sobre incluir minorias numa história, mas sobre normalizar sua existência sem estereótipos. Quando bem feita, ela educa, transforma e gera identificação.”
Histórias como a de Tracy e Maybelle mostram como a cultura pop pode ser uma aliada na desconstrução de preconceitos e na construção de uma sociedade mais diversa’, complementa um pesquisador de diversidade na mídia.
Reflexão para o futuro
O debate sobre inclusão continua evoluindo, assim como a pressão por espaços mais representativos. A indústria do entretenimento tem avançado, mas ainda há um longo caminho para garantir que todos os grupos tenham voz e visibilidade.
Enquanto isso, histórias como “Hairspray” seguem relevantes, lembrando que a mudança começa quando há coragem para questionar padrões e reivindicar espaços. Afinal, seja na dança, na TV ou na sociedade, há sempre espaço para mais diversidade.