No Brasil, o câncer de bexiga é a sétima neoplasia mais comum em homens, sendo detectado principalmente em indivíduos com 73 anos ou mais. Devido a essa alta incidência em idosos, é importante estar atento a essa condição de saúde.
A manifestação de sangue na urina é frequentemente observada como sintoma inicial do tumor, no entanto, tal situação é confundida com outras condições benignas, como infecções urinárias e cálculos renais, gerando um retardo na identificação da patologia. Vale destacar que a presença de sangue na urina é um alerta significativo e merece atenção médica imediata.
Sente-se frequentemente desconforto ao urinar, acompanhado de dor, ardência e uma maior necessidade de fazer xixi. Caso um ou mais desses sintomas persistam, é altamente recomendável buscar aconselhamento médico para tratamento adequado.
Prevenção, tratamento e fatores de risco
O tabagismo é o principal fator de risco, contribuindo para até 50% dos casos de câncer de bexiga. Além do câncer de pulmão, o cigarro também pode predispor a uma série de outros tumores. As substâncias cancerígenas presentes no cigarro são filtradas pelos rins e armazenadas na bexiga, podendo induzir à transformação maligna das células desse órgão. Mesmo pessoas expostas ao fumo passivo aumentam o risco de desenvolver câncer de bexiga.
Portanto, a medida mais importante para evitar o câncer de bexiga é simplesmente não fumar! Além disso, é essencial adotar um estilo de vida saudável, o que inclui uma dieta equilibrada, ter controle sobre o peso e fazer atividades físicas regulares.
O momento da detecção do tumor é um fator crucial para o sucesso do tratamento, assim como ocorre com outros tipos de câncer.
O tratamento do câncer de bexiga também pode contar com a imunoterapia, que é um grande avanço da oncologia nos últimos dez anos. Nesse tipo de terapia, os medicamentos têm a função de ensinar o sistema imunológico do paciente a identificar as células cancerosas e estimulam o organismo a combatê-las de forma natural.
Antes utilizada somente em casos de metástase, trazendo benefícios na melhora da expectativa e qualidade de vida, a terapia passou a ser recomendada para alguns pacientes após a intervenção cirúrgica, ampliando as perspectivas de cura.
A compreensão crescente da biologia do câncer trouxe à tona várias mutações em genes que são responsáveis pelo tumor, tais como o FGRF. Essas mutações podem agora ser tratadas com terapias-alvo que são administradas por via oral, visando especificamente a mutação em questão. Esses tratamentos individualizados são denominados de oncologia de precisão e ajudam a aumentar as chances de controle da doença metastática em pacientes.
Caso haja um diagnóstico de câncer de bexiga em sua família, é importante que você fale com seu médico sobre os progressos da área. Para obter informações úteis sobre esse tipo de câncer, consulte a cartilha do Instituto Vencer o Câncer clicando aqui.
Dra. Luciola Pontes
Médica formada pela Universidade do Estado do Pará (2006), com residência de Clínica Médica no Hospital Santa Marcelina-SP (2007-2009) e residência em Oncologia Clínica no Hospital Israelita Albert Einstein (2009-2012). Estágio no MD Anderson Cancer Center – Houston/Texas (2011). Estagio em Oncogeriatria no Moffit Cancer Center- Tampa/Fl (2012). Desde janeiro de 2014, integra o corpo clínico do setor de Oncologia do Hospital do Coração.Sócia fundadora da empresa de ensino Oncogeriatria Brasil.