Por Letícia Fucuchima
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) planeja aumentar os limites de exportação de energia gerada no Nordeste para o restante do país em setembro. Isso pode contribuir para o aumento do envio de energia renovável. Desde agosto do ano passado, o ONS tem reduzido esses limites, após um evento no Ceará que resultou em grandes ocorrências no país.
O diretor de operações do ONS, Christiano Vieira, negou a acusação de que o órgão esteja sendo conservador na operação do sistema elétrico e aplicando mais restrições à geração renovável. Os limites de escoamento de energia do Nordeste para as outras regiões foram reduzidos devido a esse incidente e, um ano depois, ainda não foram totalmente restabelecidos.
Os investidores em energias eólica e solar têm demonstrado preocupação com os cortes na geração, relatando um agravamento das restrições sem compensação financeira pela energia desperdiçada. Empresas como CPFL e AES relataram perdas no segundo trimestre devido a esses cortes.
O ONS prevê que os limites poderão ser elevados para mais de 13 mil MW, em comparação com os atuais 11,6 mil MW, com a entrada em operação da linha de transmissão Jaguaruana II – Pacatuba em setembro.
Chamados tecnicamente de “curtailment”, esses cortes são determinados pelo ONS durante a operação em tempo real do sistema brasileiro, podendo ocorrer quando não há capacidade de escoamento de energia ou quando a produção supera a demanda. Vieira destacou que as interrupções na produção das usinas têm ocorrido principalmente por questões de segurança elétrica.
Apesar da expansão da transmissão de energia, os cortes continuarão ocorrendo também por questões energéticas. Segundo Vieira, o objetivo do ONS é operar o sistema com segurança, priorizando o que é observado no campo.
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