No decorrer da última semana, Quixadá recebeu uma celebração da Literatura de Cordel, considerada patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo IPHAN. A segunda edição da Festa da Literatura de Cordel (FLIC), realizada de 15 a 17 de agosto, em conjunto com o II Seminário de Patrimônio Cultural do Sertão Central – 2024, promoveu o destaque do Cordel em suas diversas vertentes.
A iniciativa resultou da parceria entre o Sebrae/CE, a Academia Brasileira de Letras (ABL) e a Casa de Saberes Cego Aderaldo, espaço da Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará vinculado à Secretaria da Cultura (Secult Ceará) e administrado pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). O evento incluiu seminários, mesas de debates, vivências com mestres da cultura, saraus, apresentações culturais, feiras de cordel, xilogravuras e artesanato, além de espaço gastronômico e uma visita técnica à Fazenda Não Me Deixes, pertencente à escritora Rachel de Queiroz.
A abertura da FLIC e do Seminário de Patrimônio contou com a presença do superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo, do escritor e acadêmico da ABL, João Almino, da coordenadora executiva da Casa de Saberes Cego Aderaldo, Michele Maciel, do reitor da Universidade Estadual do Ceará, Hidelbrando Soares, do gestor da Casa de Antônio Conselheiro, Pedro Igor, do diretor do Sesc LER de Quixeramobim, Hugo Lemos, e da Orientadora da Célula do Livro, Leitura e Literatura da Secult Ceará, Maura Isidório.
Cartaxo enfatizou a importância da FLIC na valorização e fortalecimento do Cordel em seus aspectos culturais, educacionais e econômicos, destacando o processo de interiorização do evento, fruto de um acordo de parceria firmado com a Academia Brasileira de Letras em 2022. “É muito gratificante termos realizados gratuitamente nesta segunda edição da FLIC em Quixadá, terra de Rachel de Queiroz, primeira mulher a ingressar na ABL, e estamos expandindo a cada ano o número de parceiros desta valorização do Cordel. Nossa expectativa é que em 2025 a FLIC possa ocorrer no Cariri.”
Lançamento
No âmbito da programação da FLIC, foi lançada uma coleção de 10 cordéis produzidos por cordelistas do Sertão Central. Esses novos cordéis fazem parte da Coleção de Folhetos Populares da EdUECE, selecionados no projeto de extensão LABSUL/Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc).
As capas dos livros foram criadas por jovens gravadores da região, como resultado do curso “Cordel: da Gravura à Encadernação”; e os registros dos 10 cordelistas são parte do projeto de Mapeamento do Patrimônio Cultural e Natural do Sertão Central, ações realizadas pela Casa de Saberes Cego Aderaldo.
Coleção de Cordéis
● “Minha História” de Terezinha Feijão (Quixeramobim)
● “E o Tempo foi Passando” de Raimundo Mouta (Quixeramobim)
● “Lá em Casa era Assim” de Maria de Fátima (Quixeramobim)
● “Foi um Grande Milagre” de Erinaldo Castro (Senador Pompeu)
● “Severinas Mulheres que Ousam” de Aline Nobre (Banabuiú)
● “Convenção Extraterrestre” de Cosme Alves (Itapiúna)
● “Quixeramobim o Meu Lugar” de Gescélio Coutinho (Quixeramobim)
● “Se eu Fosse Deus por um Dia” de Rosinha Miguel (Quixadá)
● “Negras também Existem” de Mikaely Araújo (Quixadá)
● “Vida” de Maria Consuelo (Barreira)