O Ministério da Fazenda considera que os cortes de juros nos Estados Unidos até o final do ano podem contribuir para reduzir a pressão sobre o real e reverter, ao menos parcialmente, a valorização do dólar no Brasil nos últimos meses. Segundo a equipe econômica, a expectativa é de que o Federal Reserve (Fed) inicie um ciclo de redução da taxa de juros em setembro, conforme indicado pelo presidente da instituição, Jerome Powell.
Auxiliares do ministro Fernando Haddad apontam diversos fatores para a recente desvalorização do real, reconhecendo a influência significativa de questões internas. Entre os fatores citados estão a divisão no Banco Central durante a reunião de maio do Copom, problemas na comunicação e a crise política desencadeada pela Medida Provisória do PIS-Cofins.
No cenário atual, a expectativa informal da equipe econômica é de que o crescimento do PIB se aproxime de 3%, em contraste com a projeção oficial de 2,5%. Para consolidar essa nova perspectiva, medidas como a unidade no Copom, a antecipação da indicação do novo presidente do BC e a adequação do orçamento estão sendo consideradas.
Além disso, a Fazenda aposta em um cenário de pelo menos três cortes de juros nos EUA até o final do ano, o que poderia atrair investimentos e favorecer a valorização do real. A equipe econômica acredita que o Brasil tem menos riscos de recessão e que a conjuntura externa mais favorável poderia contribuir para a retomada da queda da Selic a partir de 2025.