Por Letícia Fucuchima
Empresas de geração de energia eólica e solar estão enfrentando grandes perdas financeiras devido a interrupções determinadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que podem inviabilizar projetos e impactar futuros investimentos.
Essas interrupções, conhecidas como “curtailments”, têm afetado especialmente parques renováveis no Nordeste devido a problemas na transmissão de energia para o Sul e Sudeste do Brasil. O aumento dessas ações nos últimos meses tem gerado incertezas no setor, prejudicando os geradores.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica, as perdas estimadas para os geradores dessa fonte chegam a R$ 700 milhões entre agosto de 2023 e o final deste ano. Já o setor de energia solar calcula perdas de R$ 50 milhões de abril a julho deste ano.
O impacto dessas interrupções vai além do financeiro, levando a desperdício de energia e dificultando a viabilidade de novos projetos. A falta de clareza nas regras de ressarcimento aos geradores após as interrupções gera preocupação no setor, que vê os cortes como obstáculo para o desenvolvimento sustentável da energia renovável no país.
Embora o ONS defenda que as interrupções sejam necessárias para garantir a segurança operacional, a expectativa é que o problema persista com o crescimento acelerado da energia eólica e solar no Brasil, enquanto novas linhas de transmissão ainda estão em fase de construção.
Os cortes de geração estão desestimulando a tomada de decisão para novos projetos, comprometendo os objetivos de transição energética do país e prejudicando a competitividade do setor de energia renovável.