Um robô com rodas se desloca pelo chão, enquanto uma estrela robótica de corpo mole movimenta suas cinco pernas de forma desajeitada. Essas criações robóticas simples, alimentadas por eletricidade convencional, são controladas por um cogumelo ostra-rei vivo, conforme descoberto por pesquisadores da Universidade de Cornell, nos EUA. Esses robôs percebem e respondem ao ambiente, aproveitando os sinais elétricos gerados pelos fungos e sua sensibilidade à luz.
Os robôs são exemplos da robótica bio-híbrida, que combina materiais biológicos e vivos, como células de plantas, animais e insetos, com componentes sintéticos. A equipe de pesquisa cultivou os micélios do cogumelo ostra-rei em hardware de robôs para criar entidades parcialmente vivas e parcialmente máquinas.
Embora os robôs bio-híbridos ainda estejam em fase experimental, os pesquisadores vislumbram um futuro onde essas criações poderão explorar oceanos, entregar tratamentos de fertilidade e auxiliar em busca e resgate. A bio-hibridização busca aproveitar as habilidades biológicas para melhorar o desempenho dos sistemas artificiais.
Os micélios do cogumelo geram pequenos sinais elétricos, que foram utilizados para controlar os movimentos dos robôs. Além disso, os robôs demonstraram capacidade de resposta ao ambiente quando estimulados com luz ultravioleta. A utilização de fungos vivos para controlar dispositivos robóticos tem potencial para diversas aplicações, como na agricultura e no monitoramento do meio ambiente.
A pesquisa em robótica bio-híbrida traz desafios éticos e sociais, especialmente em relação à introdução desses sistemas em ecossistemas naturais. É crucial considerar os impactos de longo prazo dessas tecnologias, garantindo a sustentabilidade e o equilíbrio dos ecossistemas em que são aplicadas.