Alguns buracos negros apresentam uma pulsação que se assemelha a um coração cardíaco, mesmo não sendo seres vivos, e sim uma região do espaço-tempo com um campo gravitacional extremamente forte.
Os buracos negros que já apresentaram essa característica — apenas dois, dentre as centenas conhecidas por cientistas — têm algo em comum: eles existem em um sistema binário, puxando o gás de uma estrela próxima. Conforme o gás é sugado para dentro do buraco negro, ele se comprime e aquece até temperaturas altíssimas, emitindo uma grande quantidade de raios X.
Quando muito gás estelar é consumido de uma só vez, é possível que ocorra uma grande explosão de raios X, e é neste caso que os buracos negros passam a emitir um pulso regular, semelhante aos batimentos cardíacos humanos.
Um estudo realizado por astrônomos do Laboratório de Partículas Astrofísicas, da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, parece ter desvendado esse mistério ao estudar o coração cardíaco do IGR J17091-3624, um buraco negro situado a 28.000 anos-luz da Terra. O artigo está publicado na plataforma arXiv e foi enviado para o The Astrophysical Journal para publicação.
Segundo uma pesquisa, este pulso regular é um resultado de interações e instabilidades na matéria ao redor do buraco negro.
Conforme a matéria cai no buraco negro, ela é comprimida e ganha forma de disco fino, com rotação rápida. Se esse disco se fragmenta, mandando uma grande quantidade de material para dentro do buraco negro, isso libera uma enorme quantidade de radiação, que gera o pulso semelhante a um batimento cardíaco. Esse processo passa a se repetir, se retroalimentando, e assume um ritmo regular.
Como um buraco negro cresce? Cientistas revelam “ingrediente secreto”