Baseado no romance homônimo de John Green, o filme dirigido por Josh Boone não fala apenas sobre doença — fala sobre viver. Hazel e Augustus não são apenas pacientes; são jovens que, mesmo diante da finitude, se agarram àquilo que nos torna humanos: o amor, o riso, a dor, a coragem.
Amor em tempos de incerteza
Hazel Grace, interpretada por Shailene Woodley, vive sob a sombra constante da doença. Seu oxigênio portátil é símbolo de sua limitação, mas também de sua persistência. Quando conhece Augustus (Ansel Elgort), um ex-jogador de basquete que também sobreviveu ao câncer, ela encontra algo raro: alguém que enxerga além dos tubos e diagnósticos. Eles se apaixonam. Com intensidade. Com urgência. Com entrega.
Essa história de amor floresce em meio ao concreto da realidade médica. Entre consultas, tratamentos e grupos de apoio, os dois descobrem que, mesmo em um mundo imperfeito, podem criar uma “infinitude dentro de um número finito de dias”.e dos momentos que escolhemos viver com inteireza.
O filme não foge da dor da perda, mas também não se rende ao desespero. Ele mostra que até os finais inevitáveis podem ser belos quando são vividos com presença, afeto e consciência. Como diz Hazel, “alguns infinitos são maiores que outros”.
Juventude, sofrimento e empatia
Ao tratar de adolescentes com câncer, A Culpa é das Estrelas quebra estigmas e oferece uma abordagem sensível e humana sobre o sofrimento juvenil. Mostra que jovens também vivem dilemas profundos, que a dor emocional precisa ser validada e que o cuidado integral — físico, psicológico e afetivo — é essencial.
Famílias, amigos e profissionais de saúde compõem a rede que sustenta os protagonistas. E o filme, ao dar voz a essas relações, nos lembra de que o cuidado é sempre coletivo.
Quando a ficção ilumina a vida real
Embora ficcional, a história de Hazel e Augustus dialoga com realidades vividas por milhares de pessoas em todo o mundo. Fala sobre acesso ao tratamento, sobre saúde mental, sobre redes de apoio, sobre dignidade no cuidado com a vida.
Em um mundo onde o sofrimento muitas vezes é silenciado ou escondido, o filme provoca um necessário debate sobre o valor da empatia, da escuta ativa e da presença amorosa nos momentos mais difíceis.
Um convite à consciência
A obra reverbera em temas urgentes da sociedade contemporânea: como lidamos com a dor? Que lugar damos à vulnerabilidade? Estamos preparados, como indivíduos e coletividade, para oferecer apoio emocional e cuidado digno a quem enfrenta doenças graves?
Essas perguntas ecoam em políticas de saúde, na formação de profissionais, nas famílias e nas escolas. E encontram eco em agendas globais que defendem o direito ao bem-estar, à dignidade e ao amor como componentes indissociáveis da saúde.