A fundação de Marcos Evangelistas de Morais, conhecido como Cafu, não está mais em funcionamento desde 2019 devido a dívidas, mas ele tem se dedicado a projetos sociais e tem viajado pelo Brasil e pelo mundo para liderá-los. Em 2020, o ex-capitão da seleção brasileira criou o projeto “Cafuzinhos do Sertão”, que ajuda 30 famílias da cidade de Olho d’Água das Flores, localizada no sertão de Alagoas.
Cafu e Mariah Moraes, que é biógrafa do ex-jogador e presidente do Instituto Brilhante, responsável por projetos sociais, estavam em busca de cidades brasileiras onde o déficit de nutrição em crianças fosse alarmante. Sua atenção se voltou para Alagoas, o estado do país com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e foi em Olhos d’Água das Flores que encontraram o que procuravam.
Desconheciam a existência de um projeto no pequeno município alagoano, que utiliza o futebol como salvação para a comunidade do povoado Pedrão, que enfrenta dificuldades e carece de auxílio. Sensibilizado pela presença de jovens ociosos nas ruas, Manoel Ferreira dos Prazeres, um aposentado de 60 anos de idade, tomou a iniciativa de reunir 35 crianças e promover partidas de futebol num campo de terra, todos os sábados pela manhã. O propósito era transmitir esperança e incentivar a juventude local.
Mariah conta que ele reuniu essas crianças para formar um time de futebol, mas eles não tinham recursos suficientes. Então, Cafu entrou em cena. O ex-jogador utilizou suas conexões, encontrou parceiros e conseguiu uniformes, bolas e chuteiras, fornecendo assim uma base para o projeto. O campo, inicialmente de terra e cercado por cactos, passará por reformas. Ele será revestido com grama sintética e iluminado por refletores, permitindo que os meninos e meninas joguem à noite e driblem o intenso calor do sertão.
É fornecido um lanche para as crianças e as famílias recebem cestas básicas, sendo que todos os alimentos são comprados localmente para apoiar a economia da região. Quase todas as crianças estão inscritas na escola. Após estabelecer totalmente o Cafuzinhos do Sertão, Cafu estabeleceu uma meta muito ambiciosa.
Ele prevê que o projeto será expandido para todo o país, sem limites. Ele visita regularmente a região e planeja estabelecer parcerias, especialmente com as prefeituras, a fim de alcançar o máximo possível. O objetivo é proporcionar esperança às crianças, enfatiza o único jogador brasileiro a erguer a taça da Copa do Mundo até hoje.
Cafuzinhos de Nhamatanda
No Brasil, até o momento, não foi colocado em prática o referido plano. Entretanto, em países estrangeiros, sua implementação é crescente, sendo que até mesmo na África já ocorre tal iniciativa. Foi por intermédio de um conhecido que dedica-se ao trabalho social em Moçambique, que Cafu e Mariah tomaram conhecimento das difíceis condições de vida enfrentadas por famílias de uma aldeia em Nhamatanda, situada na província de Sofala, em Moçambique. Com base nisso, surgiu o projeto “Cafuzinhos de Nhamatanda”. “É um cenário desolador ver mulheres dando à luz na rua”, relata Mariah.
Mesmo sem ter feito uma visita ao local, o ex-lateral-direito que teve êxito no futebol europeu e ganhou o título mundial duas vezes com a seleção brasileira, está fornecendo ajuda para 50 crianças com HIV e mais 100 famílias que vivem em uma aldeia remota a 1190 km da capital, Maputo.
O Capitão do Penta expressa seu desejo de visitar lugares onde as pessoas não possuem qualquer perspectiva de vida, crescimento, esperança ou sonhos realizados.
“Os vídeos das crianças me deixaram profundamente comovido, ainda mais ao descobrir que a maioria delas que começamos a ajudar era soropositiva. Damos o medicamento para combater o vírus, o coquetel antiaids, mas elas ficam sem ter o que comer e ficam com fome”, relata.